domingo, 4 de maio de 2014
Repetir o teu nome uma, duas, três vezes, até não sobrar nada
Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando chegam os astros
para beber na lua
e adormecem os ramos
das frondes ocultas.
E eu sinto-me vazio
de paixão e de música.
Louco relógio cantando
mortas horas antigas.
Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que as estrelas,
mais dolente que a mansa chuva.
Querer-te-ei como então
algum dia? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranquila e pura?
Pudessem meus dedos
desfolhar a lua!
[Frederico García Lorca]
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